É hora de refletirmos sobre o que somos perante nós mesmos e depois medirmos o que somos perante os outros.
É natural que quando começamos a perceber que podemos, por meio das nossas ações, mudar o rumo das coisas, nos entusiasmemos na busca da solução dos aspectos mais perceptíveis, ou seja, mergulhamos de corpo e alma nos assuntos periféricos.
Sentamo-nos para discutir um problema grave, esse que nos aflige há anos e logo, sem que percebamos, já nos voltamos ao estado de devaneio – sonhamos com as condições ideais e até nos encorajamos a fazer muito mais do que fazemos: sentimo-nos em falta no cumprimento da nossa missão.
Somos éticos, tolerantes e até conformados; não nos permitimos a encarar a realidade em que vivemos – fazemos de conta. Se nos acham fortes, temos receio de que nos abandonem e se nos acham fracos, tememos em não nos darem a devida importância – vivemos em eterno conflito.
Insistimos em algo que não é, nunca se permitiu ser e não temos nenhuma perspectiva de que algum dia seremos reconhecidos por aquilo que imaginamos ser. Mudam-se os rótulos, mas a situação continua a mesma: somos e não somos.
É hora de refletirmos sobre o que somos perante nós mesmos e depois medirmos o que somos perante os outros. Faz-se necessário que nos dispamos de uma visão apaixonada e passemos a pensar mais racionalmente.
Será que queremos realmente o que perseguimos? Seriamos incapazes de propor um modelo que nos elevasse a condição que verdadeiramente queremos estar? Será que a dependência é só nossa ou outros se beneficiam das nossas fraquezas? Será que o muito que fazemos não é o suficiente para garantir que não nos tirem o pouco que nos dão? De que adianta uma parede bonita se a infiltração ainda persiste? Seríamos nós escravos de nós mesmos, ou melhor, da nossa inércia?
Aceitamos impotentes que nos diminuam. Desmerecem-nos ao tentarem estabelecer uma comparação com aqueles que se julgam fortes, intocáveis. Nos dizem, quase sem nenhum escrúpulos, que “choramos de barriga cheia” (vivemos aqui, ali e acolá).
Fica a pergunta: qual é realmente o problema que nos aflige? Se conseguirmos a resposta a essa pergunta, todo o resto é consequência (boa ou má, dependerá única e exclusivamente do nosso poder de convencimento).
Sejamos felizes!
por Maestro Roberto Farias, 12/2008
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